(A série Telessaúde Responde divulga as perguntas enviadas pelos profissionais de saúde e respondidas pelo serviço de Segunda Opinião Formativa do Telessaúde SC. Acesse mais perguntas aqui)

Os farmacêuticos-bioquímicos, biomédicos, biólogos, médicos com especialidade em patologia clínica e enfermeiros, desde que adequadamente capacitados de acordo com o protocolo de treinamento do Ministério da Saúde, podem executar e emitir resultados dos testes rápidos (TR) para HIV, sífilis e hepatites virais B e C 1,2,3.

A responsabilidade pela realização de cada exame pode ou não ser concentrada em um profissional, dependendo da decisão da equipe sobre a melhor forma de organizar o processo de trabalho. Além disso, é importante conversar com a coordenação da Atenção Básica à Saúde/Atenção Primária à Saúde para conhecer os fluxos da rede.
O processo dos TR nas unidades já estruturadas poderá ser organizado conforme estrutura física preexistente, contemplando as normas de biossegurança. É fundamental que seja reservada uma sala com condições de higiene e garantia de privacidade – sala com piso lavável, bem iluminada e com pia. Porém, em unidades com falta de espaço físico, não é necessário dispensar uma sala exclusiva, sendo possível utilizar um carrinho móvel com todo o material – formulário, insumos de testagem, biossegurança e fluxo resumido e atualizado, para realizar os TR em uma sala que esteja disponível 4.
Recomendações para implantação de uma nova unidade de testagem:

  • Recepção: 1 computador para cadastramento dos usuários (opcional); 1 impressora (opcional) reservada para solucionar problemas referentes aos laudos; 1 bebedouro; preservativos.
  • Sala aconselhamento pré-teste: 1 televisor; 1 aparelho de DVD e vídeos (opcional); folders de prevenção ao HIV e sífilis e orientação sobre o TR.
  • Sala de testagem: 1 pia com água corrente; 1 geladeira se necessário; termômetro digital; cronômetro ou relógio; mesa impermeável para testagem; bancada para apoio; 1 computador para digitar resultados de exames (opcional); 1 impressora para emissão de laudos (opcional); 1 lixeira no mínimo; testes rápidos; álcool swab ou algodão e álcool gel; gaze e curativo adesivo; papel toalha; 1 resma papel A4 e canetas; luvas; avental ou jalecos; e óculos de proteção.
  • Sala aconselhamento pós-teste: cadeiras para o aconselhador e o usuário.

Recomenda-se a utilização de TR local que permite fornecer o resultado durante o período da visita do indivíduo (consulta médica, atendimento em Centro de Testagem e Aconselhamento – CTA, atendimento em domicílio, atendimento em unidade de testagem móvel, organização não governamental etc.)1.

É indicado o TR para os seguintes casos: população geral atendida em serviços de saúde (UBS, CTA, SAE); gestantes em serviços de pré-natal, integrantes da Rede Cegonha ou não; parturientes; portadores de DST ou casos suspeitos e contactantes; pessoas com diagnóstico de tuberculose ativa ou infecção latente (ILTB); populações em situação de privação de liberdade; populações indígenas; pacientes em serviços de pronto atendimento (urgência e emergência); populações em situação de rua; usuários de drogas; pessoas em situação de exposição sexual de risco ou violência sexual; profissionais de saúde acidentalmente expostos a materiais biológicos potencialmente contaminados e pacientes-fonte.
A capacitação do maior número de profissionais e a escolha pelo melhor local para realização dos TR pelas unidades devem ser planejadas a fim de tornar mais fácil o acesso aos testes, ao mesmo tempo em que garante a qualidade no atendimento e a resposta às necessidades dos usuários.
O Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde fornece capacitação a distância gratuitamente por meio do TELELAB (http://www.telelab.aids.gov.br/), onde estão disponíveis vídeos com procedimentos para a realização dos testes rápidos2,3.

Bibliografia Selecionada

  1. Brasil. Nota Técnica nº. 12/DIVE/SUV/SES/2014 – Assunto: Utilização dos testes rápidos para infecção pelo HIV, hepatites virais e sífilis nos serviços de saúde no Estado de Santa Catarina. Disponível em: <http://www.dive.sc.gov.br/conteudos/dst_aids/notas_tecnicas/Nota_t%C3%A9cnica_12_2014_Testes%20Rapidos.pdf>. Acesso em: 08/03/2016.
  2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Guia orientador para a realização das capacitações para executores e multiplicadores em Teste Rápido para HIV e Sífilis e Aconselhamento em DST/Aids na Atenção Básica para gestantes/Aids /– Brasília:  Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/publicacao/2013/54418/_p_guia_rede_cegonha_p__26613.pdf>. Acesso em: 08/03/2016.
  3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Guia orientador para a realização das capacitações para executores e multiplicadores em Teste Rápido para HIV e Sífilis e Aconselhamento em DST/Aids na Atenção Básica para gestantes/Aids / – Brasília:  Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_tecnico_diagnostico_infeccao_hiv.pdf>. Acesso em:08/03/2016.
  4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais. Realização do Teste Rápido para HIV e Sífilis na Atenção Básica e Aconselhamento em DST/Aids – Curso. – Brasília: Ministério da Saúde: 2012. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/page/2012/52294/apostila_material_instrucional.pdf>. Acessado em: 08/03/2016.

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