A coordenadora do serviço de Oferta Nacional de Teledermatologia do Telessaúde UFSC, professora Drª Josimari Telino de Lacerda (Departamento de Saúde Pública/CCS/UFSC), esteve em Manaus, no dia 3 de junho, para realizar a capacitação presencial de profissionais do Distrito Sanitário Especial Indígena de Manaus – DSEI-MAO. A capacitação, promovida pelo Ministério da Saúde, visa a inclusão digital e a melhoria da assistência à saúde das populações indígenas através de atendimentos mais eficientes e acessíveis. O DSEI-MAO abrange uma área de mais de 303 mil km², e é o segundo maior território indígena entre os 34 DSEIs existentes no Brasil. É responsável por 268 aldeias e enfrenta desafios para garantir o acesso da população indígena aos serviços de saúde em sua integralidade, devido à extensão e às características geográficas da região.
Na oportunidade, o Ministério da Saúde, através da Secretaria de Informação e Saúde Digital (Seidigi) em parceria com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), distribuiu kits de telessaúde que permitem telediagnósticos em dermatologia, oftalmologia e eletrocardiograma. Tais serviços auxiliam no correto encaminhamento dos pacientes às especialidades. Na teledermatologia, os médicos especialistas também orientam os profissionais de saúde da Atenção Primária sobre a conduta clínica e manejo quando o quadro não requer atendimento especializado, o que possibilita o tratamento adequado nas Unidade Básicas de Saúde ou nas aldeias. “A ideia é oferecer atendimento na base e diminuir a necessidade de deslocamentos das pessoas, o que melhora significativamente o cuidado nas aldeias e salva vidas”, explicou o coordenador do DSEI-MAO, André Corrêa Mura.
Para a oferta do serviço de teledermatologia, 32 profissionais de saúde do DSEI-MAO foram capacitados e receberam orientações para realizar os exames e utilizar a plataforma on-line (STT-UFSC) onde deverão solicitar e encaminhar os registros fotográficos das lesões para avaliação do dermatologista à distância. Através da internet, o médico especialista vai acessar os exames de imagem feitos nas unidades de atendimento locais e emitir laudos, que indicarão o grau de risco e as possibilidades de manejo dos casos. Todo este processo permitirá agilidade no diagnóstico de situações mais graves e evitará deslocamentos desnecessários dos casos sem gravidade.
“A capacitação sobre a solicitação e o registro fotográfico ofertada para o Telediagnóstico em dermatologia visa auxiliar os profissionais no acesso ao sistema garantindo agilidade nos processos e cumprimento dos protocolos”, explica a professora Josimari Telino de Lacerda. “É importante entender que o acesso aos serviços de saúde, em particular aos especialistas, é um desafio na região Norte do país. Para a população indígena esse desafio é ainda maior uma vez que o acesso ao local de moradia dessa população é extremamente difícil”, complementou a professora.
A Teledermatologia é um serviço de saúde digital desenvolvido e ofertado pelo Telessaúde UFSC desde 2012, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, com protocolos que permitem a execução de forma segura de todas as etapas desta modalidade de telediagnóstico. A partir de 2018, por conta do pioneirismo na área, o Ministério da Saúde destacou o Telessaúde UFSC como referência nacional na oferta do serviço. Desde então, além de Santa Catarina, outros 13 estados implementaram a Teledermatologia.
A capacitação ocorrida em Manaus faz parte de um conjunto de ações de formação que o Telessaúde UFSC tem realizado, em um esforço coordenado pela Seidigi e Sesai, para implantar e qualificar o serviço de teledermatologia junto aos DSEI. Em março, o Núcleo Telessaúde UFSC já havia realizado três capacitações à distância voltadas para profissionais de saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena Kaiapó do Mato Grosso (MT). Mais três capacitações à distância estão programadas para serem realizadas ao longo de junho, nos DSEI Araguaia, Xavante e Xingu, todos no Mato Grosso. Outras capacitações estão programadas para o segundo semestre, com a inclusão de DSEIs de outros estados.
“O Ministério da Saúde tem priorizado populações mais vulneráveis e com maior dificuldade de acesso aos serviços especializados. Trata-se de assegurar acesso a um serviço de saúde de qualidade e o Núcleo de Telessaúde UFSC se apresenta como parceiro nessa iniciativa”, afirmou Josimari Telino de Lacerda, coordenadora do serviço de Oferta Nacional de Teledermatologia do Telessaúde UFSC.