O Sistema Integrado Catarinense de Telemedicina e Telessaúde (STT)

Com mais de 15 anos de operação e aperfeiçoamento, o STT (Sistema Integrado Catarinense de Telemedicina e Telessaúde) tem oferecido de forma ininterrupta cobertura total no estado de SC. O Sistema abriga um conjunto de tecnologias, processos de trabalho médico, protocolos de exames e condutas clínicas para diagnóstico à distância em larga escala e acompanhamento de pacientes no contexto do Sistema Único de Saúde – SUS.

O STT vem sendo desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina desde maio de 2005, tendo recebido apoio da Organização Pan-Americana de Saúde, do Ministério da Saúde, da FAPESC e da FINEP. Este Sistema possui características únicas, sendo conceituado e reconhecido internacionalmente como um projeto de referência. Ele tem consolidado tecnologias e resultados de pesquisas básicas no âmbito do SUS de SC e da UFSC, adaptando-se e testando em um grande ambiente prático do mundo real. Atualmente, esta plataforma já está plenamente inserida no contexto da saúde pública catarinense, presente em todos os 295 municípios do estado, com mais de 650 pontos de presença. Além disso, há diversas parcerias institucionais em andamento e em construção que utilizam o STT como plataforma.

Estima-se que a plataforma fornece suporte a mais de 80.000 exames médicos e teleconsultorias médicas por mês, uma das maiores infraestruturas de telediagnóstico do Hemisfério Sul. É também um marco para a tecnologia em saúde brasileira, considerado um expoente da transferência para a sociedade de tecnologia de alto impacto social, a qual é resultante de atividades de P&D&I da UFSC em parceria com o Governo do Estado, a OPAS e o Ministério da Saúde.

Os diversos serviços disponibilizados nesta plataforma atendem profissionais de saúde de unidades básicas de saúde, policlínicas, UPAs, PAs, e pequenas, médias e grandes unidades hospitalares. Todos eles têm acesso diariamente a algum dos serviços do STT. Apenas em 2022 houve aproximadamente 1,5 milhão de acessos, tendo sido realizadas mais de 7 milhões de atividades, o que demonstra o quanto esta plataforma está inserida no contexto da saúde pública catarinense.

Qual é o diferencial da tecnologia desenvolvida em SC?

Toda a infraestrutura foi desenvolvida em uma universidade pública, pensando na realidade do SUS e brasileira. O STT:

  • é todo baseado em software livre e não depende de licenças caras de servidores de bancos de dados ou outros custos operacionais elevados;
  • é todo baseado em padrões abertos internacionais como DICOM, DICOM Structured Report para laudos, DICOM Worklist para integração com equipamentos radiológicos, HL7 para integração com equipamentos de exame simples;
  • é todo configurável, pode ser todo customizado e adaptado por nós e pode ser instalado no ambiente que a EBSERH considerar mais interessante: nuvem, PACSes independentes por hospital, etc.;
  • foi desenvolvido para suportar exames da Atenção Básica, também realizados ambulatorialmente em Hospitais, que são importantes para a realidade brasileira, como Dermatoscopia, Espirometria, Eletrocardiografia, Eletroencefalografia – um diferencial que apenas a nossa tecnologia possui;
  • o modelo distribuído suporta a instalação de pequenos PACSes em ambulatórios, policlínicas e postos de saúde e permite o armazenamento local de exames recentes e seu envio transparente e automático ao servidor central;
  • foi desenvolvido para facilitar o laudo a imagens radiológicas (WebPACS), mas também a esses exames de Atenção Básica, com uma série de ferramentas que suportam e facilitam o fluxo de trabalho do médico,
  • está em fase final de testes o nosso módulo de Histopatologia/Citologia, que suporta análise e armazenamento de exames patológicos juntamente com uma ferramenta web para visualização online multiresolução de lâminas;
  • o nosso suporte ao padrão DICOM Worklist permite que muito facilmente se integre qualquer equipamento radiológico de qualquer fabricante ao sistema, da mesma forma esse padrão permite uma integração transparente a sistemas de Prontuário Eletrônico;
  • o nosso sistema de protocolação digital de exames e laudos via carimbo de tempo provê segurança e amparo legal do gestor – outra característica técnica que nenhum PACS ou sistema de Telemedicina no mercado possui.

Alguns exemplos dos serviços disponibilizados nacionalmente pelo STT são:

Oferta Nacional de Teledermatologia

Atualmente são mais de 700 pontos de telediagnóstico em dermatologia distribuídos entre os estados de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Acre, Amazonas, Pará, Goiás, Tocantins e Bahia.

EBSERH

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) adotou o STT como seu padrão de Telemedicina e Telessaúde para os 41 hospitais da rede. A plataforma foi internalizada e a transferência de tecnologia já foi realizada. Em 2022, o primeiro hospital da rede implantou o primeiro serviço e a expectativa é que em 2023 seja disseminado para mais 12 hospitais .

Estado do Mato Grosso

Foram realizadas duas Provas de Conceito (PoC) e o STT foi implantado nos centros de dados do Governo do Estado do Mato Grosso, no qual uma parceria institucional está sendo desenhada. A expectativa para 2023 é que o STT seja a plataforma de apoio à saúde digital do estado do Mato Grosso.

Estado do Mato Grosso do Sul

Foram realizadas PoC e a Secretaria de Saúde do Mato Grosso do Sul (SES-MS) já fez a adesão ao Edital de Oferta Tecnológica do STT. A expectativa para 2023 é que um projeto institucional seja finalizado e os trabalhos iniciados.

Edital de Oferta Tecnológica (https://sinova.ufsc.br/editais-de-oferta-publica/)

Em 2021, foi lançado o Edital de Oferta Tecnológica do Sistema de Telemedicina e Telessaúde da UFSC para que qualquer ente público possa utilizar o STT, sem necessidade de recursos financeiros ou custos relacionados à adesão e ao licenciamento. Trata-se de um sistema de desenvolvimento colaborativo para proporcionar o avanço do STT de forma sustentável. Temos recebido diversos contatos para adesão ao edital e a expectativa é que em 2023 seja ampliado.

Abaixo, são listados alguns exemplos da inserção do STT, além daquelas já apresentadas anteriormente no elenco de serviços ofertados pelo Núcleo Telessaúde UFSC

  • Informatização de setores de exames de imagens médicas em unidades hospitalares da gestão direta e indireta do estado, além do Hospital Universitário da UFSC, unidades municipais e parceiros: o STT possui módulos que possibilitam envio, acesso, armazenamento e emissão de laudos de exames como raio-X, mamografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética, ultrassom, entre outros. Este serviço permitiu que unidades hospitalares de médio e grande porte pudessem reduzir custos com a impressão de filmes ou com a revelação de filmes. Em alguns casos reduziu o tempo de laudo e permitiu o acesso aos exames dos pacientes sem a necessidade de locomoção até a unidade em que realizou o exame para pegar as imagens e laudos.

  • Sistema de controle e acompanhamento dos processos para o tratamento fora de domicílio (TFD on line) para atendimentos fora e dentro do estado: este sistema substituiu o demorado e burocrático modelo de envio de processos em papel e permitiu um controle mais adequado de processos de tratamento fora de domicílio para fora de SC. Todos os municípios catarinenses fazem uso do sistema para o encaminhamento de pacientes para os tratamentos que são de responsabilidade da SES/SC.

  • Sistema de controle e acompanhamento dos processos de solicitação de procedimentos de alto custo de responsabilidade da SES/SC: também como ferramenta de apoio ao processo regulatório, este módulo permite controle e avaliação mais precisos e redução do tempo gasto no encaminhamento dos processos em papel. Este é um serviço disponível para todos os municípios do estado e está sendo ampliado para novas modalidades que se enquadram no conceito de alto custo.