Teledermatologia
Facilitando o acesso à dermatologia com protagonismo da APS, redução de filas e priorização dos casos graves
O que é a Teledermatologia?
Na dermatologia encontramos uma ampla gama de condições de saúde que variam muito em complexidade. Além disso, tem-se observado no Sistema Único de Saúde (SUS) que muitos casos encaminhados para consulta especializada poderiam ser resolvidos na Atenção Primária à Saúde (APS). Isso aumenta o tempo de espera pela consulta, ocupa a fila da especialidade com casos passíveis de solução na APS, pode atrasar o início dos tratamentos, ocasiona deslocamentos desnecessários e menor eficiência do gasto público. Portanto, é crucial implementar medidas que melhorem a resolubilidade da APS, apoiem sua capacitação em dermatologia geral e auxiliem na gestão dos encaminhamentos para serviços especializados. Nesse contexto é que se situa a oferta nacional de Teledermatologia do Núcleo Telessaúde da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Nos municípios em que há oferta do serviço, imagens de lesões dermatológicas em que há intuito de encaminhamento são inseridas na plataforma digital do Telessaúde UFSC (STT). Em até 72h dermatologistas avaliam os casos e fornecem laudos aos médicos solicitantes. Além disso, classificam as lesões por nível de risco e orientam manejo, determinando se o paciente deve ser tratado exclusivamente na APS ou encaminhado para atendimento especializado. Nos casos de encaminhamento, a classificação de risco permite ao serviço de regulação uma gestão mais rápida de casos graves.
Os laudos emitidos, acompanhados de sugestão de conduta clínica, permitem que os médicos da APS resolvam muitos casos sem deslocamento desnecessário ou realização de consulta especializada. Já nos casos a serem efetivamente encaminhados, a classificação de risco permite que a regulação do SUS priorize os casos mais graves.
O uso da Teledermatologia oferece inúmeras vantagens aos pacientes, aos profissionais de saúde e para a gestão dos serviços de saúde. Destacamos a qualificação da APS, maior rapidez de atendimento aos casos mais graves, redução de fila na atenção especializada, ampliação de acesso e economia do recurso público.
Das mais de 90 mil lesões analisadas e classificadas por meio da Teledermatologia em 2023, 33,5% não precisavam de encaminhamento e foram resolvidas na APS. Já aproximadamente 1/4 das lesões foram classificadas com risco grave e indicada com prioridade no encaminhamento. Entre as lesões com risco grave, 86,3% receberam hipótese diagnóstica de câncer de pele.
Protocolo e sistema on-line próprios = modelo de sucesso
O modelo da Teledermatologia da UFSC utiliza tecnologia de comunicação e armazenamento de dados (STT) e protocolo próprios, que garantem a segurança e a possibilidade de emissão de laudos por especialistas à distância para qualquer lesão de pele, incluindo câncer e outras doenças graves. O laudo emitido é um dos diferenciais do protocolo da Teledermatologia e é composto por: descrição da lesão, indicação de conduta clínica e classificação de risco.
Oferta Nacional de Teledermatologia
O serviço criado pela UFSC em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-SC) iniciou a oferta em 2008 em Santa Catarina. Após 10 anos de estruturação e de consolidação da oferta no estado, o Ministério da Saúde escolheu o modelo catarinense como referência nacional. Desde então, municípios e outros estados brasileiros podem aderir ao serviço. Atualmente, a Teledermatologia está presente (em algum nível de implantação) em 14 estados brasileiros. Nos últimos 30 meses foram mais de 200 novos pontos implantados em Santa Catarina, Mato Grosso, Bahia, Mato Grosso do Sul, Acre, Tocantins, Paraná, São Paulo, Amazonas, Pará, Goiás
O modelo de implantação tem início com a divulgação do serviço, abrindo um canal de comunicação para dúvidas pertinentes à oferta. Na sequência é realizado o mapeamento das especialidades: número de pacientes em fila, vagas para atendimento, referências municipais e pactuações, deliberações que possam auxiliar no processo. A partir daí pode-se dar início ao processo de capacitação, com oficinas técnicas que objetivam preparar profissionais para solicitar, realizar e acessar os exames, e dar encaminhamentos adequados a cada caso.
O apoio do Telessaúde UFSC ao processo de operacionalização da Teledermatologia é constante e envolve suporte administrativo, tecnológico, capacitações e controle de qualidade.
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